Autossabotagem
O escritor tem dessas manias, ele quer escrever um texto, publicar e ficar esperando que o leitor aprove. E a cada texto deseja se superar. Ele pesquisa, digita, reescreve e molda cada parágrafo como se estivesse enfeitando um bolo de aniversário.
Mas, ao menor sinal de crítica, alguns escritores tendem a diminuir o ritmo. As postagens ficam mais escassas e ele tem medo de até olhar os comentários. E pode acontecer em qualquer área da vida. Uma crítica ruim, uma palavra, pode ferir a pessoa e ela simplesmente desistir de lutar pelo seu sonho.
A autossabotagem acontece quando a pessoa começa a colocar empecilhos ou adiar atividades.
Um sentimento de angústia, de medo, de solidão invade a alma e ela decide que não é tão boa assim. Porque na verdade, a opinião do leitor é o medidor de satisfação. E você já observou aquele ícone de “não gostei” em vídeos do Youtube? com certeza já clicou nele quando o assunto não correspondeu às suas expectativas.
Com o escritor/autor acontece a mesma coisa, mas a opinião vem por escrito em comentários nas redes sociais. E fica on-line para todas as demais pessoas visualizarem.
Mas eu queria te dizer que tudo bem se um texto for ruim mesmo. Se não tiver todos os likes que você imaginou. O escritor precisa lidar com as críticas, com flashback negativos e tirar proveito da situação, e ao invés de se autossabotar começar a diversificar.
Em tom de brincadeira, eu costumo dizer que “o céu caiu sobre a minha cabeça” quando alguma coisa dá errado. O leitor tem o direito de expor sua opinião sobre um texto, um livro, um post. E não quer dizer que ele esteja realmente certo. Mas é a opinião dele. Respeite.
Acontece de, às vezes, também fazer comparações com outros autores, elogiar uns e desprestigiar outros. Todo leitor é um crítico em potencial. Ele sente que tem capacidade para analisar e julgar o que é bom ou não. E este mesmo leitor pode mudar de opinião sobre um escritor.
Então, a dica de hoje é manter o foco nos elogios, nos emojis de coração, antes de entrar neste processo inconsciente de punição, de abandono de projetos, de frustração.
Lembra do bolo de aniversário que eu falei lá no início do texto? Ele não fica inteiro para sempre. Precisa ser repartido, despedaçado, degustado. Alguns vão achar doce demais, outros vão amar o recheio, e outros tantos vão querer um pedaço para levar para casa. E é a mesma coisa que acontece com os textos ou conteúdo de uma obra.
Eu te convido a identificar em que fase do processo você está e mudar as referências que você tem do seu próprio trabalho. Fracassar é algo pontual e não algo repetitivo. Por isso você deve manter o foco no que é importante e prazeroso: a criação de textos. Seja responsável com seu talento e dê o seu melhor.
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